sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Á Guisa de um olhar mais atento...Sinto vergonha de mim!

O grande homem, estadista, a Águia de Aia, Rui Barbosa, certa feita escreveu:

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem- se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto" (Rui Barbosa no Poema Sinto vergonha de mim)

Ao ver os últimos acontecimentosl, temo que os dias previstos pelo poema acima tenham chegado até nós.

Temo que tenhamos chegado aos dias onde a desonestidade, compra de votos, imoralidade e ilegalidade sejam premiadas, e o trabalho duro, a dedicação, o profissionalismo a toda prova sejam execrados.

Temo que o nepotismo e tudo aquilo que o mundo reputa imoral ou ilegal, seja visto aos nossos olhos como normal.

Temo que homens maus sejam vistos como espertos e os homens bons sejam vistos como bobos.

Temo que os articuladores imorais sejam vistos como sábios e os santos como pura comédia.

Temo que a Bíblia seja apenas um objeto que se porta embaixo dos braços, para se pregar na cartilha das politicagens e das vergonhas que não bastassem permearem todo nosso sistema secular, sorrateira e silenciosamente se infiltram, se instalam e destroem nossos valores.

Temos visto homens rebeldes sendo premiados, consagrados, reconhecidos, louvados.

Homens sem história honesta, sem currículo, sem construção, sendo enaltecidos e louvados.

Temos visto histórias de trabalho e luta sendo destruídas, execradas.

Os pés dos homens que caminharam por este Brasil continental, que amassaram o barro duro das estradas ainda inexistentes, por mais calejados e cansados, se fizeram belos na visão e ótica de um profeta messiânico Isaias, cujas lentes estão consignadas no texto: Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!

Quão formosos os pés daqueles que anunciam boas novas; quão formosos os pés daqueles que semeiam a paz.

Isaias com certeza, não repetiria tais palavras ao olhar para sítios que demonstram verdadeiro descaso com a ética, Pois estes seguindo a nova filosofia da execração ao invés do diálogo, da substituição do conselho pela destruição moral, do ódio declarado ao invés do amor humilde, se prestam a um dês-serviço ao evangelho.

O exemplo Edomeu parece ser a tônica das ações que visualizamos, mas esquecem do conteúdo da profecia do profeta Amós, quando disse: - Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Edom e por quatro, não sustarei o castigo, porque perseguiu o seu irmão à espada e baniu toda a misericórdia; e a sua ira não cessou de despedaçar, e reteve a sua indignação para sempre. Esquece-se a palavra divina consignada no Salmo: ...sobre Edom lançarei o meu sapato;

Temos testemunhado a execração, o dano moral a toda prova; praticado contra homens que no trabalho ministerial se destacam e não dispõe de tempo para querelas verbais via rede mundial de computadores.

Homens que se entregam sem reservas ao trabalho na seara do Mestre.

Privando-se do convívio de sua família, Gastando-se e deixando se gastar pelo Reino de Deus!

Não basta o direito de ser respeitado como pastor deveria ser honrado, como escrito está: Seja digno de duplicada honra!

Mas se impossível honrá-lo, é obrigação ao menos respeitá-lo.

No entanto o que verificamos é que este homem de Deus, que sabiamente construiu sua carreira ao longo dos anos, Obviamente que não se faz nada sozinho, mas inegavelmente fez a parte maior e mais difícil, com o apoio de poucos e bons pastores que o incentivaram, foi e continua sendo, humilhado, execrado, desrespeitado e ferido com intenção de morte.

Fala-se da atitude que foi obrigado a tomar, mas porque não se fala das razões, perseguições e humilhações que o levaram a ter que buscar meios para sustento de sua família?

Atitudes deste naipe são vergonhosas mesmo nos ambientes seculares, o que não dizer da vergonha que sentimos quando as vemos praticadas em nossos meio.

Praticadas por alguém que se denomina: Sou Homem de Deus!

É importante que se fale, estão sendo praticadas a esmo e noite e dia por aqueles que deveriam em Nome do Senhor Jesus Cristo zelarem pelo bom nome!

Ressalvo ainda que a grandessíssima maioria de homens de Deus as repudiem, porque estão sendo praticadas por quem deveria bem representá-los de forma adulta e centrada e não da forma como vemos.

Sentimo-nos envergonhados, repudiamos o caminho adotado.

É visível que o ódio tonificador de uma atitude pouco louvável, cegou seus sentimentos e visão de Reino de Deus.

É vergonhoso enxergarmos uma preocupação de louvor a ausência de história e ao nepotismo e uma execração ao trabalho incansável e desumano.

É vergonhoso que onde se deveria pregar a paz, se expõe; se destrói, se presta um dês-serviço ao evangelho, se macula uma memória de muitos anos.

Saibam todos quantos desta vergonha participam, saibam todos quantos desta miséria são autores, estamos de luto, estamos envergonhados, estamos cabisbaixos.

Mas falaremos como o apóstolo Paulo: Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; 9 perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; 10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.

Atitudes impensadas, infantis, irresponsáveis muitas vezes fazem calar o evangelho, tornam sem voz os pregadores, envergonham nossas igrejas, expõe nossos irmãos, fazem nossas ovelhas sentirem vergonha de seus pastores.

É melhor voltarmos às primeiras praticas, é necessário voltarmos ao exercício do primeiro amor, é necessário atentarmos para as palavras de Jesus à igreja em Éfeso: Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. 5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. Queira o Senhor que não seja removido de nós nosso candeeiro e que de nós não seja retirada a luz de Deus!

De um pastor envergonhado.

P.S. Encerro esta carta com a parte faltante do poema supra declinado, e desejo que tal possa provocar em nós reação para além da vergonha.

Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, demasiada preocupação om o "eu" feliz a qualquer custo, buscando a tal "felicidade" em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos "floreios" para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre "contestar", voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer...Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
www.paginapoeticadecleidecanton.com/sintovergonha.htm

2 comentários:

  1. Ao louvar a Deus pela tua vida e abençoado Ministério, parabenizo-o pela excelente matéria.
    São palavras sinceras, porque sei que o nobre e querido amigo, ao escreve-las, molhou a pena no tinteiro do coração.

    Um cordial abraço,
    Pastor Marcos Antonio da Silva
    Hyannis, MA, USA

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  2. Prezamado pr. Daniel Acioli,

    A paz do Senhor!

    Pelo temor e tremor ao Senhor, sentimos tristeza, sim, pela falta de temor e tremor.

    A terra neste momento, está tremendo cada vez mais como um alerta, segundo a eficácia da Palavra de Deus.

    Ele está retornando para buscar a sua igreja. Não a que vai completar 100 anos, mas a invisível sobre a terra. A que aguarda com fidelidade e temor.

    O Senhor seja contigo, nobre pastor!

    O menor de todos.

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