segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Belial está solto!


Belial está solto!




 “Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial…” (1 Sm 1.16)

“Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor” (1 Sm 2.12).

“Porém os filhos de Belial serão todos lançados fora..” (2 Sm 23.6).

Belial não é um demônio comum: ele é um dos príncipes das trevas, e chega a ser confundido com o próprio Satanás.

Alguns comentaristas falam de Belial como sendo apenas uma expressão hebraica usada a respeito daqueles que incitam à idolatria ou à insurreição; referindo-se a pessoas sexualmente imorais ou mentirosas, é o que diz a nota de rodapé da Bíblia de Genebra.

É também o termo hebraico para “indignidade ou iniquidade”, diz Russel Champlin.

Mas quem é esse Belial que anda fazendo estragos na igreja do Senhor Jesus?

Que espírito é esse que ocupa os púlpitos, que mente, persegue, adultera, que faz o mal em nome de Deus, e que não é notado nem exaltado como os demais príncipes de Satanás?

Creio que João Milton, o cego, autor de O Paraíso Perdido (célebre cristão e autor, contemporâneo de Shakespeare, e que escreveu o que é considerado um dos cinco poemas épicos do mundo), teve muita percepção espiritual quando descreveu a forma de atuação desse príncipe satânico.

Milton abre a cena épica com Satanás recobrando-se da queda que o Messias lhe impôs no profundo abismo.

O primeiro a despertar no abismo ao lado de Satanás foi Belzebu, seguido por Moloque, Camos, Baalim, Astarote, Tamuz, Dagom, Rimom, Osíris, Isis, Hórus, o derradeiro deles, Belial.

Todos se colocam à disposição de seu líder e com ele traçam planos de continuar a luta contra o Altíssimo.

Falando sobre Belial, diz Milton:

“Espírito nenhum mais torpe que ele
Dos altos Céus caiu no fundo do Orco,
Nem mais grosseiro para amar o vício
Só por ser vício. Em honra desse monstro
Não se erguem templos, nem altares fumam;
Porém, com refinada hipocrisia,
É quem templos e altares mais freqüenta
Chegando a ser ateus os sacerdotes
Bem como de Eli sucedeu os filhos
Que de Deus os alcáceres encheram
De atroz fereza, de brutal lascívia!
Reina ele pelas cortes, nos palácios
E nas cidades onde os vícios moram,
Onde a devassidão, a infâmia, o ultraje,
Sobem por cima das mais altas torres.
Ali, assim que tolda a noite nas ruas,
Os filhos de Belial nela divagam…”

Penso que Milton definiu com propriedade a atividade desse iníquo e perverso príncipe do mal.

Foi ele que inspirou os filhos de Eli a fazerem do tabernáculo do Senhor um antro de orgia, perversão e maldade, resguardados sob o manto da religião.

Operando nos bastidores da religião e da fé, Belial consegue vituperar o bom nome de Deus nos dias de hoje.

Em alguns lugares ele ocupa solenemente púlpitos de igrejas e campanários de catedrais inspirando com sua presença atividades que se mostram cheias de piedade, mas que são danosas e prejudiciais à igreja.

Belial está conseguindo com a igreja o que Moloque não pôde e não pode. 

Afinal, Moloque teve que mudar de tática para voltar a sacrificar crianças, destruir casamentos e aniquilar a família e, nesse sentido, Belial serve-lhe de grande ajuda.

Aquele que agia pelas ruas de Sodoma e fincou residência na pequena Gibeá onde uma mulher foi violentada e morta pelos homens da cidade, age sem ser notado entre o rebanho de Deus.

Quando Milton diz que ele ama o vício só por amar, vêem-me à mente os jovens que abandonando a fé, seqüestraram a filha de um empresário, roubaram-lhe, fizeram-lhe refém alguns dias depois, e a imprensa com certo orgulho permitia-se divulgar que os jovens eram membros de certa denominação evangélica.

Belial sabe como conquistar discípulos e menosprezar a Fé!

Silenciosamente age nos antros com vícios; nas portas das escolas conquista adeptos para o mal, e age tranqüilo na catequese ideológica de alguns governos.

Belial está por trás de romances, histórias, filmes, documentários, inspirando seus autores a escreverem os mais lindos contos, as estórias mais apreciadas e freqüenta com certa pompa o mundo das letras, do teatro, da música, falando de amor, paz, ao mesmo tempo que opera com malícia, indignidade e desprezo.

Historicamente não se sabe de nenhum templo construído a Belial como se construiu para todos os demais, mas, no dizer de Milton, ele habita os templos.

Perverso como é, consegue avocar para si mesmo as orações feitas aos demais príncipes; sabe que pode encontrar nos adoradores a honra que lhe é devida, pois toda oração, adoração e sacrifícios cujo fim é a pessoa, a sustentação do ego, o orgulho, a defesa própria, o bem-estar pessoal, são incenso que lhe sobem as narinas e que sustenta sua iniquidade.

A oração do fariseu em Lucas 18 sobe-lhe às narinas como agradável cheiro.

A do publicano não lhe serve, pois ela não está perfumada pelo espírito de Belial.

Na igreja percebe-se sua presença vil acobertado sob o manto do amor e do cuidado ao próximo.

Belial com sua iniquidade divide a igreja, permeia a liderança, assenta-se nas tribunas dos concílios e convenções, em reuniões de ministérios, nas pregações tidas como as mais espirituais.

Belial é adorado sempre que a iniquidade e a perversidade ocupam espaço em nossos corações e sempre que nossas motivações deixam de ser Deus, e são centralizadas em projetos humanos.

Até mesmo em ritos e leis como o faziam os filhos de Eli.
Tudo o que faziam era num ambiente sagrado.

A pompa da religiosidade dos filhos de Eli era como sacrifício agradável a Belial, a ponto de Ana ser confundida com um de seus filhos, como se estivesse bêbada, fora de si e, no entanto, estava cheia da presença de Deus!

Belial é um mistério que precisa ser melhor desvendado!

Um comentário:

  1. Parabens Pastor Daniel!!!
    Os crentes devem saber melhor como adorar com coração sincero ao Deus todo poderoso para não deixar sua adoração misturar-se e acabar deixando escapar algo para beelial!!!
    Mas "Se Deus é por nós, quem sera contra nós?"
    Louvado seja o nome do Senhor!

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